Elias, cujo
nome significa “Jeová é Deus” foi chamado por Deus para o ministério profético,
em um dos piores períodos da história de Israel. Período este, marcado por
crise, fome, miséria, corrupção e apostasia. Mas, em meio à crise moral, social
e espiritual, Deus pôde contar com a coragem e a determinação de Elias, para
ser seu porta-voz.
I – QUEM ERA ELIAS
- O mais famoso e dramático dos profeta de Israel;
- Foi contermporâneo de Acabe, Jezabel, Acazias, Obadias, Jeú e
Aazael;
- Predisse o início e o fim de uma seca de três anos e meio (I Rs
17.1; 18.44);
- Fugiu da presença de Acabe e foi sustentado pelos corvos e por uma
pobre viúva (I Rs 17.1-6; 8-16);
- Foi usado por Deus para ressuscitar uma criança (I Rs 17.22);
- Desafiou os profetas de Baal no Monte Carmelo (I Rs 18.22-45);
- Ameaçado de morte, fugiu com medo de Jezabel e desejou a morte (I
Rs 19.4);
- Caminhou 40 dias 40 noites, após ser alimentado com pão e água,
trazidos por um anjo (I Rs 19.8);
- Ao chegar em Horebe, esconde-se em uma caverna, onde tem um
encontro com Deus (I Rs 19.12);
- Unge Elizeu como seu sucessor (I Rs 19.15,21);
- Foi levado ao céu em um redemoinho (II Rs 2.11)
- A história de Elias está registrada em I Rs 17.1 até II Rs 2.11.
II – CONTEXTO POLÍTICO E RELIGIOSO DO
TEMPO DE ELIAS
1. Era um período de sucessão de reis
ímpios: Nos dias de Elias, Israel estava sendo governado por reis maus e idólatras.
A Bíblia diz que Onri “… fez o que era mau aos olhos do Senhor; e fez
pior do que todos quantos foram antes dele” (I Rs 16.25,26). Quando
Onri morreu, em seu lugar reinou seu filho Acabe (I Rs 16.28), que teve a
capacidade de fazer pior do que todos os reis que lhe antecederam. A Bíblia diz
acerca de Acabe: “E fez Acabe, filho de Onri, o que era mau aos olhos
do SENHOR, mais do que todos os que foram antes dele…” (I Rs
16.30,31).
2. Era um período de idolatria: O rei Acabe
destaca-se nas Escrituras como um rei idólatra, pois ele andou nos caminhos de
Jeroboão (I Rs 16.31); serviu a Baal e o adorou (I Rs 16.31); conduzindo toda a
nação à idolatria. Como se não bastasse, Acabe casou-se com Jezabel, filha de
Etbaal, rei dos sidônios; casamento este, jamais aprovado por Deus. Tudo isto
fez Israel mergulhar no mais profundo paganismo, sem nenhuma pretenção de
preservar o culto a Jeová, tornando-se uma nação idólatra e pagã, como as
demais nações.
3. Era um período de crise: Quando Acabe,
influenciado por sua esposa Jezabel, substituiu o culto à Jeová pela adoração à
Baal (I Rs 16.31-33), Elias apareceu repentinamente perante o rei para anunciar
a ausência de chuva e orvalho sobre a terra (I Rs 17.1). Como a chuva é um dos
principais elementos de sustentação da natureza, a falta dela provocou seca,
fome e miséria. As Escrituras dizem que “… a fome era extrema em
Samaria” (I Rs 18.2). Isto fez com que Acabe se irasse ainda mais com
Elias, pois achava que ele era o culpado daquela calamidade.
4. Era um período de inversão de
valores: Em meio a crise e à miséria, o rei Acabe parece estar mais preocupado
com os cavalos e as mulas do que com os súditos do seu reino; pois ele chama
Obadias, e saem à procura de água para preservar a vida dos animais (I
Rs 18.5,6). Possivelmente movido pelo desespero, o próprio Acabe sai à procura
de água com Obadias, o que não era um fato comum, pois, como rei, ele podería
apenas ordenar a seus servos que saíssem à procura de água.
5. Era um período de idolatria e
perseguição aos profetas: Jezabel, esposa do rei Acabe, ocupa o
lugar de esposa mais ímpia da Bíblia. Além de controlar o seu esposo (I Rs
21.25), ela levou a nação de Israel a adorar seus deuses (I Rs 18.19,20). Como
se não bastasse, intentou matar a todos os profetas do Senhor (I Rs 18.4). Foi
nessa ocasião que Obadias, um homem temente a Deus e servo do rei Acabe
(possivelmente um mordomo ou camareiro do palácio), conseguiu esconder cem
profetas do Senhor e os sustentou com pão e água, pondo em risco a sua própria vida,
pois, caso fosse descoberto, tanto ele como os cem profetas, seriam mortos à
mando de Jezabel.
6. Era um período de abuso de
poder: No capítulo 21 de I Rs, está registrado que Acabe desejou adiquirir uma
vinha que pertencia a Nabote. Como Nabote recusou-se vender a sua vinha para
Acabe, Jezabel enviou cartas aos anciãos e aos nobres da cidade, com o selo do
rei (como se estivesse sido escritas por ele), e mandou colocar duas falsas
testemunhas contra Nabote, acusando-o de blasfêmia contra Deus e contra o rei,
e, depois, o apedrejassem; fazendo com que seu marido possuisse a vinha que
pertencia a Nabote (I Rs 21.1-16), numa demonstração de que, tanto Acabe como
sua esposa Jezabel, eram capazes de fazer qualquer coisa para conseguir seus
objetivos, até mesmo, mandar matar pessoas inocentes.
É em meio a essa crise social, moral e
espiritual, Deus levanta o profeta Elias para combater o pecado, proclamar o
juizo e chamar o povo ao arrependimento.
III – PRINCIPAIS VIRTUDES DO CARÁTER DE
ELIAS
São muitas as virtudes que as Escrituras registram sobre a vida deste
destemido profeta:
1. Elias aprendeu a confiar em
Deus: Profetizar no tempo de Elias não era uma tarefa fácil. Era colocar a sua
própria vida em risco (I Rs 18.4). E Elias foi chamado para profetizar
exatamente contra aqueles que tinham o poder nas mãos: o rei Acabe e sua ímpia
esposa, Jezabel. Mas Elias não vacilou: Profetizou a falta de chuva e de
orvalho (I Rs 17.1); combateu o pecado de Acabe, chamando-o de perturbador de
Israel (I Rs 18.18); desafiou os profetas de Baal (I Rs 18.22-40) e predisse a
morte do rei Acabe e de sua esposa Jezabel (I Rs 22.17-24). Somente uma
confiança inabalável em Deus poderia levar um homem a profetizar naqueles
dias.
2. Elias aprendeu a depender de
Deus: Ao contrário do que muita gente pensa, depender de Deus não é uma tarefa
fácil. É preciso ter fé. A trajetória de Elias nos ensina isto: ora bebendo
água de um ribeiro e se alimentando de pão e carne trazidos pelos corvos (I Rs
17.1-6); ora sendo sustentado por uma pobre viúva (I Rs 17.8-16); ora
alimentando-se de pão e água trazidos por um anjo (I Rs 19.5-7). Com certeza, a
confiança de Elias não estava depositada nos corvos, nem na viúva, nem mesmo no
anjo, e sim, no Jeová Jireh, o Senhor que provê.
3. Elias aprendeu a ter intimidade com
Deus: O ministério de Elias não foi marcado apenas por profecias, mas também,
por muitos milagres, tais como: multiplicação de azeite e farinha (I Rs 17.16);
ressurreição (I Rs 17.22); fogo no altar (I Rs 18.16-46); morte dos soldados do
rei Acazias (II Rs 1.9-14); divisão do rio Jordão (II Rs 2.8). Todos estes
milagres demonstram claramente que Elias era um homem que vivia em íntima
comunuhão com Deus. A maior prova disto é que, semelhante a Enoque, Deus o
tomou para si (II Rs 2.11,12).
4. Elias aprendeu a se fortalecer em
Deus: Quando Elias foi ameaçado por Jezabel, após a morte dos profetas de
Baal, perdeu o ânimo e desejou a morte (I Rs 19.4). Parecia o fim da jornada
daquele destemido profeta. No entanto, Deus envia um anjo para lhe dar pão e
água (I Rs 19.5-7). Com a força daquela comida, Elias caminhou quarenta dias e
quarenta noites até chegar à Horebe (I Rs 19.8). Ao chegar em Horebe, ele
esconde-se em uma caverna, onde tem um encontro com Deus, que lhe fala numa voz
mansa e delicada (I Rs 19.12). Sua forças, então, são renovadas, fazendo com
que ele saísse daquela caverna e executasse os propósitos divinos (I Rs
19.15-21).
CONCLUSÃO
O ministério de Elias foi marcado por
profecias, milagres, desafios e muitas experiências com Deus. Porém, o
acontecimento mais notável na vida do profeta Elias não foi profetizar a falta
de chuva, nem desafiar os profetas de Baal, nem ressuscitar o filho da viúva.
Sem dúvidas, o fato mais notável foi quando lhe apareceram cavalos e carros de
fogo e, em um redemoinho, ele foi levado ao céu (II Rs 2.11).
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