Tito Oscar Bp
A igreja de um modo geral, e os pastores em particular, perderam o sentido da palavra temor. Temem a Deus e agem ao mesmo tempo como se não o temessem. A teologia da intimidade com Deus, amenizou em muito o sentido original da palavra temor. Muitos chegam a um grau de intimidade que chamam a Deus de você. Mas se esse tratamento não é dado nem em nossa cultura, quanto mais em referência ao Soberano Senhor ?
Há pastores que se ofendem quando um membro se aproxima e diz: “Fulano, você vai pregar hoje?” A resposta é imediata: “Fulano, não”! Pastor Fulano!
Em um dos encontros que participei, um pastor foi apresentado a um outro colega. Ao ser chamado de “colega”, o que estava sendo apresentado, corrigiu logo dizendo: “apóstolo”!
Pode parecer complicado este exercício de amizade entre o Criador e a sua criatura. O salmista Davi afirmou: “A intimidade do Senhor é para os que o temem” Sl 25.14.
Mas que tipo de intimidade é esta? Que liberdade Deus nos dá para nos aproximarmos a ele, como nos aproximamos de uma pessoa de nossa família?
A Bíblia diz que Deus chamou apenas dois homens de amigos. O primeiro foi Abraão. Em 2 Crônicas 20.7 nós lemos: “Não és tu o nosso Deus, que expulsaste os habitantes desta terra perante Israel, o teu povo, e a deste para sempre aos descendentes do teu amigo Abraão?”
O outro que foi chamado de amigo de Deus, foi Moisés. Em Êxodo 33.11 está registrado o seguinte: “O Senhor falava com Moisés face a face, como quem fala com seu amigo”.
Observe que esta intimidade é demonstrada por Deus e, não por Abraão ou Moisés. Deus é quem tem o direito de nos chamar de servos, de companheiros, de amigos. Foi em razão da intimidade criada entre Jesus e seus discípulos que ele os chamou de amigos.
Portanto, a nós cabe tratar a Deus como Senhor, o Soberano, o Criador. Quem abre a porta da intimidade não somos nós, é Deus.
A falta de compreensão sobre esta relação tem quebrado a nossa comunhão com o Pai. Jesus mostrou isto quando censurou aqueles que o honravam apenas com as palavras e não com o coração.
A falta de reverência que observamos hoje nas igrejas, nos cultos, se assemelha aos sacrifícios descritos por Isaías.
“Quando vocês vêm à minha presença, quem lhes pediu que pusessem os pés em meus átrios? ....Não consigo suportar suas assembléias cheias de iniqüidade...Lavem-se! Limpem-se! Removam suas más obras para longe da minha vista!
Parem de fazer o mal, aprendam a fazer o bem”. Is 1.13-17.
Por que o povo agia desta maneira? Porque perderam o sentido do temor à presença de Deus. Quando o temor está ausente, qualquer oferta, qualquer ação, qualquer obediência, qualquer fidelidade serve!
Se desejamos ver a igreja, e também o ministério transformado, precisamos recuperar este sentimento não só de reverência, de respeito, mas acima de tudo de temor mesmo.
Não se esqueça de que: “O temor do Senhor é fonte de vida, e afasta das armadilhas da morte”. Amém
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