Isaías é um livro que desvenda as
plenas dimensões do juízo e da salvação divina. Deus é o Santo de Israel que
deveria castigar seu povo rebelde, mas posteriormente o remirá. Israel é nação
cega e surda (6.9,10; 42.7), vinha que será pisoteada (5.1-7), povo destituído
de retidão (5.7; 10.1-2). O juízo terrível que será desencadeado contra Israel
e todas as nações que desafiam a Deus é chamado “dia do Senhor”.
Isaías serviu a Deus desempenhando o
papel de promotor de justiça da aliança. Sua mensagem é constituída de
acusações, condenações e julgamentos, pois ele declara a maldição de Deus sobre
Israel, Judá e as nações (1.2-31; 13 – 23; 56 – 57; 65). O relato
autobiográfico de Isaías do seu chamado para tornar-se um mensageiro da corte
celestial do Senhor encontra-se no capítulo 6. Quando Isaías foi convocado a
representar a corte celeste junto à corte terrena de Jerusalém, ele descobriu
que Deus não o estava enviando para salvar Israel, mas para endurecer seus
corações impenitentes (6.9-10). Isaías devia apresentar ao povo a acusação do
Senhor de que eles eram infiéis e rebeldes (1.2-3; 31.1-3; 57.3-10). O povo de
Deus havia se tornado como as demais nações em seu orgulho, sarcasmo e egoísmo.
Eles haviam perdido a perspectiva de justiça, de amor e de paz, características
do Reino de Deus e tentaram estabelecer seu próprio reino. O profeta também
desempenha o papel de advogado. Ele exorta os piedosos a buscarem ao Senhor, a
aguardarem o seu Reino, a experimentarem eles mesmo a paz de Deus e a
responderem com fé aos novos atos divinos de redenção. A aliança do Senhor
termina com bênçãos sobre Israel, não maldições (Dt30. 1-10). Ao final um
remanescente piedoso sobreviverá ao julgamento.
A primeira parte do livro, caps. De 1
a 35, enfoca o julgamento de Deus sobre Israel através da Assíria; a segunda,
caps. 40 a 66, o retorno do remanescente do exílio na Babilônia e sua
libertação final no futuro distante. A segunda parte com a primeira inicia-se
com uma visão da corte celestial. Isaías ouve furtivamente Deus enviando
mensageiros para anunciar que o castigo já foi pago e que por isso terá fim
(40.1-18). A visão que Isaías tem do Reino de Deus é grandiosa, pois inclui a
história da redenção desde os seus dias até alcançar a plenitude da salvação.
Ela abarca do exílio, a volta dos judeus do exílio, a missão, o ministério e o
Reino de Jesus Cristo, a missão e a esperança da Igreja, o governo atual de
Jesus sobre este mundo e a restauração de todas as coisas em santidade e
justiça.
Cristo livrará a humanidade da prisão
do pecado (52.13 – 53.12). Tornou-se luz para os gentios (42.6), a fim de que
as nações condenadas ao juízo (cap. 13 a 23) pudessem achar a salvação
(55.4,5).
O Reino do Senhor
na terra, com seu Rei justo e seus súditos justos, é o alvo em direção ao qual
o livro de Isaías avança com firmeza. A terra restaurada e o povo restaurado
passarão, então, a cumprir o ideal divino, e tudo resultará no louvor e na
glória do Santo de Israel, por causa do que Ele tem realizado.
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