quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A Bíblia em Esboço  
Primeira Epístola de São João
 Análise nº 62
Palavra-chave: "Saber e Comunhão"

Mensagem: A vida em comunhão com Deus, sua alegria, vitória, segurança e certeza.

INTRODUÇÃO GERAL
AUTOR O apóstolo João.

LUGAR E DATA: Indeterminados. Provavelmente escrita em Éfeso, no final do primeiro século.

DESTINATÁRIOS: Aparentemente a igreja em geral, já que não tem saudações, despedidas, e outras alusões pessoais; pertence, portanto, às epístolas gerais.

Chama os crentes carinhosamente, como: "Meus filhinhos", 2:1,18,28; 3:7,18; 4:4; 5:21; e "amados", 3:2,21; 4:1,7,11.

PROPÓSITO: O autor menciona quatro razões para escrever esta carta aos crentes: para aumentar seu gozo, 1:4; para guardá-los do pecado, 2:1; para adverti-los acerca de falsos mestres, 2:26; para fortalecer a sua fé em Cristo e para dar-lhe a garantia da vida eterna, 5:13.

PALAVRAS CHAVE: Comunhão, saber e amor.

TEMA CENTRAL: Deus é vida, luz e amor perfeitos. Seu caráter constrange os crentes a viverem em santidade e amor fraternal.

PARTICULARIDADES: Esta pode ser chamada " A carta das certezas ". Começa com uma declaração positiva do conhecimento pessoal de Cristo, 1:1-3.

Dá grande ênfase ao conhecimento espiritual que os crentes podem obter. A palavra "saber", ou seu equivalente aparece mais de trinta vezes.

Sete casos importantes onde aparecem as palavras "sabeis" ( ou "sabemos").

Os crentes sabem:


(1) Que a vida reta indica regeneração, 2:29; 5:18.
(2) Que seremos semelhantes a Cristo quando ele vier, 3:2.
(3) Que Cristo veio tirar os nossos pecados, 3:5.
(4) Que o amor fraternal indica que temos passado da morte para a vida, 3:14.
(5) Que ele vive em nós pelo Espírito, 3:24.
(6) Que temos vida eterna, 5:13.
(7) Que nossas orações são respondidas, 5:15.
SINOPSE

I. Deus é vida e luz.

Cap. 1.

(1) Manifestadas em Cristo, vs. 1-2.
(2) Propósito da carta, vs. 3-4.
(3) Condições para a comunhão divina.
(a) Caminhar na luz, vs. 5-7.
(b) Confessar os pecados, vs. 8-10.
Cap. 2.

(c) Aceitar a Cristo como advogado e sacrifício de propiciação, vs. 1-2.
(4) A obediência é a prova da comunhão.
(a) Seguindo o exemplo de Cristo, vs. 3-6.
(b) A obediência ao novo mandamento do amor é permanecer na luz, vs. 7-11.
(5) Uma mensagem a diferentes classes de crentes acerca do conhecimento espiritual e de como vencer o maligno, vs. 12-14.
(6) Uma advertência acerca de amar o mundo, vs. 15-17.
(7) O surgimento de anticristos, com sua apostasia e sua negação de Cristo, é um sinal dos últimos tempos, vs. 18-23.
(8) Exortação a permanecer na verdade, com a garantia de que a unção divina proporcionará toda a instrução necessária, vs. 24-27.
(9) A permanência nele dá confiança. A justiça é uma característica do novo nascimento, vs. 28-29.
II. Deus é perfeito amor.

Cap. 3.

(1) Seu amor se manifesta na exaltação de crentes a filhos, vs. 1-2.
(2) A prova da filiação é o viver retamente, vs. 3-10.
(3) O amor fraternal é a característica distintiva da vida espiritual, vs. 11-15.
(4) O amor se manifesta no sacrifício e não apenas por meio de palavras, vs. 16-18.
(5) O resultado do amor é garantia de resposta às orações, vs. 19-22.
(6) A fé e o amor fraternal são essenciais à comunhão com Deus, vs. 23-24.
Cap. 4.

(7) Parêntese. O espírito de verdade e o espírito de erro no mundo, e os métodos de prová-los.
(a) A atitude perante a encarnação de Cristo determina a origem e o caráter destes espíritos, vs. 1-3.
(b) As características mundanas dos anticristos, vs. 4-6.
(8) O amor divino.
(a) No coração humano, indica regeneração, v. 7.
(b) Manifesto na encarnação e na obra redentora de Cristo, vs. 8-10.
(c) Quando mora nos crentes produz amor fraternal e inspira a testificar acerca de Cristo como Salvador da humanidade, vs. 11-16.
(d) Quando é aperfeiçoada, dá garantia e lança fora o temor, vs. 17-18.
(e) Aumenta a intensidade do amor a Deus e do amor fraternal, vs. 19-21.
III. A fé e o amor são os princípios vencedores no conflito com o mundo e com todos os poderes do mal.

Cap. 5.

(1) A vida de obediência por amor, vs. 1-3.
(2) A vitória da fé, vs. 4-5.
(3) Os testemunhos divinos na terra e no céu, vs. 6-9.
(4) O testemunho do Espírito, v. 10.
(5) O dom da vida eterna por meio do Filho de Deus, vs. 11-13.
(6) A certeza da resposta à oração, vs. 14-15.
(7) O trato com um irmão pecador, v. 16.
(8) O conhecimento quádruplo do crente, vs. 18-20.


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O ESCRITOR
Esta epístola foi escrita pelo velho apóstolo João, mais ou menos no ano 90 A.D., provavelmente de Éfeso. Não foi endereçada a uma igreja, em particular, nem a um indivíduo, mas, a todos os cristãos (2:12-14).

O PROPÓSITO

Logo após o estabelecimento da igreja cristã, o erro começou a infiltrar-se em seus ensinos. Os convertidos vindos do judaísmo e do paganismo, procuravam abalar a fé cristã com as teorias de suas primitivas crenças. Isto orientou a heresia e a apostasia e culminou com o gnósticismo. Esta seita, admitindo a divindade de Cristo, negava sua humanidade e retinha outras idéias heréticas. Chamavam-se gnósticos (os sábios) e se colocavam na posição de "aristocratas da sabedoria", jactando-se de que só eles possuíam a verdadeira sabedoria e olhavam com lástima e desprezo a todos os que aderiam a fé apostólica.
Sem dúvida, ao escrever esta epístola, João tinha em mira essa heresia:
Em 1:12, ele afirma a humanidade de Cristo, declarando que, não somente O ouviram, mas, também O haviam visto e tocado.
Denunciou os que negavam a Sua humanidade, 4:2,3.
Deu ênfase ao fato de que os gnósticos não tinham o monopólio da sabedoria, mas, que o cristão, o crente ortodoxo, possuía um conhecimento superior - não derivado de especulações como o deles - mas, sim da revelação (1:5, 2:20 e 27). A palavra "saber" ou seu equivalente, encontra-se 32 vezes nesta epístola. (Veja Seção 4, na análise abaixo)
O ESTUDO EM TÓPICOS

O método de estudo em tópicos tem o valor de ajudar-nos a compreender o ensino da epístola. Exemplo: tomemos três tópicos:

O AMOR
O amor de Deus para com os pecadores, 4:9,10.
O resultado desse amor é a adoção, 3:1.
Porque nos devemos amar, uns aos outros, 4:11 com 3:11 e 23.
Como amamos, assim provamos, 3:14.
Amor, sua presença ou sua ausência, é a diferença entre um filho de Deus e um filho do Diabo, 3:10.
Porque amamos a Deus, 4:19.
O que prova amando o mundo, 2:15.
Em quem se aperfeiçoa o amor de Deus, 2:5.
O resultado do aperfeiçoamento do amor, 4:18.
O grande fato de que Deus não é somente "Luz", 1:5; mas, também "Amor", 4:16.
O PECADO
É universal, 1:8,10.
Duas definições do pecado, 3:4 e 5:17.
Para que veio nosso Senhor, 2:2; 3:5 e 4:10.
Há purificação do pecado, 1:7.
Para os que o confessam, 1:9.
Sabemos que os nossos pecados são perdoados, 2:12.
Não há necessidade de continuar no pecado, 2:1 e 3:8,9.
O segredo para vencer o pecado é "permanecer", 3:6 e "conservar-se", 5:18.
O NOVO NASCIMENTO. Sua evidência e resultados
Não continua no pecado, 3:9.
Amor, 4:7.
Fé, 5:1.
Vitória, 5:4.
Quem é nascido de Deus é guardado pelo Unigênito do Pai, 5:18.
Viver santo, 2:29.
QUATRO RAZÕES DE JOÃO

João dá quatro razões porque escreveu esta epístola, tudo fruto do viver em comunhão com Deus.
(1) JOÃO ESCREVEU: "para que o vosso gozo seja completo" 1:4 - Cap. 1
A vida de comunhão é

UMA VIDA ALEGRE

Os crentes aos quais João escreveu tinham gozo (o gozo do perdão) mas, não tinham a plenitude do gozo (o gozo da comunhão).

Ele demonstra que a plenitude do gozo é o resultado da comunhão.

com o Pai,

com Jesus Cristo, e

com os irmãos.

Ele previne que esta íntima e bendita comunhão está condicionada a:

andar na luz

confissão do pecado

perdão do pecado

purificação do pecado

(2) JOÃO ESCREVEU: "para que não pequeis", 2:1 - Cap. 1:1-17

A vida de comunhão é

UMA VIDA VITORIOSA

A vida de comunhão é uma vida vitoriosa. Não há necessidade de continuar na escravidão do pecado, no entanto, tristemente, pecamos, verso 1.

Para nós há um Advogado, por quem, mantemos nossa comunhão! - Notamos, também, que a propiciação não é limitada, 1:2.

A comunhão com Deus significa e depende de:

Obediência, 3-6

Amar os irmãos, 7-11

Não amar o mundo, 15-17

(3) JOÃO ESCREVEU: "para prevenir contra os enganadores", 2:26 - caps. 2:18 - 4:6

A vida de comunhão é

UMA VIDA PRESERVADA

A heresia em atividade, 2:18,19.

Mas os crentes se salvaram guardados pela unção do Espírito, 2:20-27.

Os gnósticos falavam muito, mas, levavam uma vida má, (não assim os crentes), 3:11-24.

Porque o mundo nos aborrece, 3:1.

Os sinais dos falsos mestres, 4:1-6.

(4) JOÃO ESCREVEU: "para que saibais", 5:13 - Cap. 4:7 - 5

A vida de comunhão é

UMA VIDA SÁBIA


Um conhecimento baseado sobre o testemunho da Palavra de Deus, 5:6-12.